domingo, 25 de novembro de 2012

Na cafeteria



   Denise chegou em um café no começo da manhã de uma terça qualquer atrasada para a escola poucas horas de sono e um punhado de papel solto dentro da bolsa ,ela  precisava de algo quentinho, mas acabou pedindo suco de laranja cheio de gelo e sem açúcar.
   Foi em direção a única mesa vazia, derrubou sem querer os guardanapos e sentou na cadeira. Colocou o celular na mesa e notou que tinham várias mensagens não lidas e. Ela odiava atender o telefone .Apenas queria aquelas bons e velhos minutos sem ter dar satisfação a ninguem.
   Enquanto bebia o suco, reparou em um menino que estava na mesa ao lado. Era um garoto de no máximo 17 anos. Tinha cabelo escuro, pele pálida e vestia uma calça saruel branca e moleton cinza. Estava lendo um livro com capa vermelha, e ao mesmo tempo olhando pra longe. Logo supôs que ele sofria de amor. Sentiu então uma vontade louca de sentar ali do lado e desabafar sobre as últimas semanas e ouvi-lo falar sobre alguém.
   Levantou com cuidado, pegou a bolsa e a notinha para acertar a conta. Passou pelo outro caminho e quando estava já perto dele, sorriu. O garoto distraído correspondeu com outro sorriso e até fechou o livro sem lembrar de marcar a página. Levantou, derrubando os talheres e em seguida, também foi pra fila do caixa. Os dois trocaram algumas palavras e descobriram que moravam no mesmo bairro e que compartilhavam da mesma situação: novatos na cidade grande.
   Talvez fosse um ex-tímido que se transformou em um garoto bonito. Quero dizer, qualquer garota arrumaria a franja e o olharia na rua. Garotos assim geralmente não ficam sozinhos em qualquer lugar. Mas ele estava.
Aquela foi então a primeira vez, e talvez última, que o amor nasceu sem peso sem obrigação sem pressão . O amor perfeito ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário